A détour pela crítica da essência natural resgata a tematização do ser social, possibilitando a construção do entendimento da matéria, como a historicidade do debate. A história das ideias, tal como a história do afeto e gênero, é permeada por avanços e recuos, continuidades e rupturas; o debate sobre a essência natural do indivíduo aporta à estética de gênero e seu binômio o fundamento epistemológico incontornável. Recobrando as bases da determinação social de gênero, retomamos a tematização da cosmogênese do afeto em Platão (2019), Aristófanes (2011), e Apuleio (2019). De tal sorte, o rastreamento categorial no teatro e romance antigos são cotejados à viragem ontológica da família natural. E, por fim, da literatura de Guimarães Rosa (1908-1967) buscamos, por vias de sua narrativa, convencionalização, enredo e composição das personagens, tomar de empréstimo o universal ao humano, o perene em sendas e veredas, transposto do drama sertanejo à tragédia. Dou o dito, à caracterização das personagens em Grande sertão: veredas, de Rosa (2019), requeremos a historienta relação de amor de amigo, amor de irmão. Amor que desvela a vulnerabilidade, a paixão, e medo nenhum, não.