Este livro fornece uma análise sócio-histórica dos elementos que contribuíram para a crise maliense. Na sua história, o Mali conheceu numerosas rebeliões orquestradas pelos Tuaregues para ganhar autonomia do poder central. Marcadas por uma forte repressão, estas rebeliões cultivaram uma necessidade de emancipação entre os povos do Norte, que culpam o Estado do Mali por não ser ativo no desenvolvimento destas áreas. Em 2012, surgiram novas formas de rebelião com o apoio externo de novos actores que procuram áreas descontroladas e em crise, como o Norte do Mali, para se instalarem e activarem a chama da separação do poder central. O MNLA, Ansar Dine, AQIM e MUJAO conseguiram controlar dois terços do Mali no espaço de poucos meses, enquanto o exército maliense olha para o desamparo. Esta ocupação não é acidental, é o resultado de uma combinação de factores que têm contribuído para a amputação do Mali.