Este livro parte da afirmação de Vilém Flusser de que quanto mais nossa sociedade se dispõe a fotografar, menos ela realmente reflete sobre as imagens com as quais se depara no dia a dia (cf. FLUSSER, 2011:77), e assim proponho utilizar a Análise do Discurso (AD) como interpretação da prática fotográfica enquanto prática discursiva, o que vem ampliar a teoria de Flusser sobre o ato fotográfico em vários aspectos: as relações entre fotógrafo e mundo, fotógrafo e programa, fotógrafo e aparelho, aparelho e programa interno, imagem e programa, leitor e imagem, leitor e programa, sociedade e aparelhos. Defendo, então, que a AD expande, sobretudo, o conceito de Programa - central na teoria flusseriana sobre a "caixa-preta" - e demonstra a necessidade de se fortalecer o ensino da interpretação imagética, promovendo aquilo que Flusser denominou "Democracia da Imagem" (FLUSSER, 2011: 77).