As lutas pela legitimação dos espaços, o reconhecimento do tempo, o direito ao trabalho e o respeito pelas diferenças estão hoje a virar do avesso as reflexões sobre a cidade, onde, se a expansão e o crescimento urbanos são importantes, também o são as formas como os cidadãos se estão a apropriar e a entender a cidade, as narrativas, os testemunhos daqueles que carregam a cidade, a usufruem, a gozam e a reclamam o seu direito, São também importantes as formas como os cidadãos se estão a apropriar e a compreender a cidade, as narrativas, os testemunhos de quem transporta a cidade, a desfruta, a usufrui e a reclama o seu direito a ela, são estas as questões que tornam os estudos urbanos cenários mais enriquecedores com novos horizontes para repensar o urbano. O aquecimento social nos espaços públicos é um fator que se soma à reprodução de padrões negativos e ao enfraquecimento acelerado da habitabilidade de certos espaços das cidades, os chamados "inseguros" ou aqueles que as pessoas no seu quotidiano rotularam de "quentes" ou "pailas", como resultado de práticas permanentes de tráfico de drogas, consumo, moradores de rua entre outros, uma das múltiplas razões pelas quais o aquecimento social se manifesta é o descaso sistemático dos espaços para as pessoas.