Em 1549, os primeiros missionários cristãos chegaram ao Japão a fim de evangelizar a população nativa. Embora fossem junto dos comerciantes portugueses, não ficaram sob sua proteção, tendo se adentrado no território japonês que passava por um século de sangrentas guerras, num longo processo de reunificação do território por um poder central, que só terminaria no século seguinte. Os jesuítas, ordem que manteve o monopólio da evangelização do Japão até o ano de 1593, acabaram por se envolver no complexo jogo político de então, à procura de patronos e proteção para que pudessem espalhar o Evangelho dentre a população nativa. Sem qualquer proteção garantida, a maneira que encontraram para cristianizar os japoneses foi implicarem-se na política local tentando convencê-los de que o cristianismo era a única verdadeira religião. A forma como se deveria dar esse processo de convencimento não foi, contudo, consenso entre os jesuítas, que acabaram se dividindo acerca do melhor método. O visitador da Índias Orientais, Alessandro Valignano, e o segundo superior da missão, Francisco Cabral, acabariam por dividir a ordem em duas propostas antagonistas para a evangelização do povo japonês.