Grande parte das políticas, explicita ou implicitamente, envolve a responsabilidade compartilhada entre diferentes organizações; sejam secretarias, esferas governamentais, ministérios ou organizações privadas. Isto faz de sua implementação um processo fragmentado e evidencia a necessidade de coordenação na prática cotidiana dos programas. A relevância da coordenação ganhou ainda mais destaque nas últimas três décadas, com as transformações ocorridas em grande parte do mundo acerca do papel do Estado enquanto gestor de políticas. O Estado deixou de ser o único ator envolvido na gestão das políticas e novos atores entraram em cena, resultando numa trama social muito mais densa, com heterogeneidade nas características e orientações das organizações representativas. No entanto, apesar de a literatura reconhecer o problema de coordenação, ainda não se consolidou uma teoria que consiga explicar e prescrever efetivamente a forma adequada para a coordenação dos programas. Neste sentido, o presente livro busca aprofundar a compreensão da coordenação em redes de implementação de políticas, evidenciando os elementos que a envolvem e buscando estruturá-los num quadro analítico geral.