Ao dar vida ao conceito de crônica-canção, na obra A Crônica-Canção de Chico Buarque (Editora APPRIS, Brasil, 2013), pretendi não apenas reunir num só vocábulo as características de dois gêneros culturais semioticamente distintos a crônica e a canção , mas, sobretudo, dizer que dessa junção tão textualmente híbrida quanto dialética, derivou uma nova ferramenta teórica, um novo gênero literário ou uma nova categoria de análise do discurso. Desse modo, a expressão crônica-canção é, neste volume intitulado A Crônica-Canção de Caetano Veloso, mais que um encontro da crônica com a canção. É um carinho teórico que faço nesta ou naquela passagem, deixando mais claras explicações que ficaram pendentes no texto basilar de 2013. É, também, um afago mais íntimo nesta ou naquela controvérsia histórica e biográfica de Caetano Veloso, as quais apimentam o interesse do leitor pelo tema, tornando o assunto menos denso do que parece ser. As releituras que aqui realizo dos poemas de Caetano Velosoretomam elementos formadores do conceito de crônica-canção, presentes nas análises que fiz das letras de Chico Buarque, ao mesmo tempo em que trazem à tona novidades a respeito deste novo gênero.