Dentre as muitas dificuldades enfrentadas pelos jovens em conflito com a lei, ressaltamos duas orientações do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que visam à garantia de direitos dessa população: o acesso à escolarização e ao mundo do trabalho. O que se observa, com frequência, é a defasagem idade/ciclo, dificultando muito os encaminhamentos para cursos profissionalizantes. Por meio da metodologia da Conversação, investigou-se a relação desses jovens com a escola e seus interesses profissionais. É comum, entre aqueles que se envolvem na criminalidade, abandonar a escola ou, quando se mantêm nela, o vínculo não é suficiente para garantir a continuidade da trajetória escolar. Consequentemente, não conseguem aderir a um curso profissionalizante por causa, em grande parte, desse deficit na escolarizacão. Diante desse quadro, propomos conhecer os interesses dos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de semiliberdade e, assim, promover um espaço para o surgimento de um "gosto pelas palavras" e que, a partir daí, eles possam se distanciar da pulsão que os empurra para o pior, aquele que o despertar da puberdade traz consigo como interferência nesse atravessamento.