Este livro apresenta uma análise objetiva dos perigos e das consequências da emigração ilegal de África para a Europa. A rota das Canárias, também conhecida como rota migratória ocidental, é a terceira rota marítima mais perigosa do mundo, sendo a Argélia ou Marrocos a porta de entrada em Espanha. Separa as ilhas espanholas de Tenerife, Fuerteventura, Gran Canaria, Hierro, Lanzarote, La Palma e La Gomera das costas ocidental e norte de África. Apesar do seu carácter perigoso, esta última é mais utilizada como rota de desvio para os migrantes que tentam chegar à União Europeia. O endurecimento das políticas de entrada regular na Europa, a intensificação dos controlos fronteiriços e a austeridade observada nas rotas migratórias centrais (que conduzem a Itália ou a Malta) e nas rotas orientais (que terminam na Grécia) tornaram, infelizmente, a rota das Canárias a rota preferida de muitos candidatos a emigrantes. No entanto, a travessia do Atlântico não é isenta de riscos e de prejuízos, quer para os próprios migrantes quer para os seus países de origem, de trânsito e de destino.