Rodeada de tabus de todos os lados: seu nascimento, sua virgindade, seu (prolongado) celibato, seu divórcio e sua doença (especialmente mental), a mulher é freqüentemente abusada tanto por seus parentes, por seu marido, ou por estranhos na rua... Dialogar sobre a sexualidade é "impossível", por indivíduos em espaços abertos ou por profissionais, porque é um impedimento íntimo e uma barreira cultural considerável. O "impossível" é ainda maior quando actos sexuais violentos atacam os laços sagrados da paternidade/paternidade consubstanciados em relações incestuosas de pai/filha, abuso sexual e violação. Nestes casos, a inadequação da representatividade (deficiências linguísticas e linguísticas, falta de simbolização) é enorme, é uma questão do "indizível". Diante do indizível, "o fugitivo" toma "a palavra" e nos obriga a ouvir. A fuga da filha da casa dos pais questiona o clima relacional e o tipo de tratamento intrafamiliar, mas também questiona a coesão da sociedade.
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