O texto parte da hipótese fundamental de que a moda vai além da função específica de funcionalidade, inscrevendo-se também no campo da estética, uma vez que nos afeta corporal e afetivamente, e se exibe como elemento distintivo, ao se apropriar de traços culturais, auxiliando nos processos de constituição identitária. Ao refletir sobre a questão da identidade cultural na moda, a investigação sustenta que esta atua como produtora de sentidos, capaz de estabelecer ou garantir a manutenção de vínculos entre os grupos sociais nos processos de identificação. A noção de identidade cultural com a qual se trabalha não é estática, uma vez que sua circulação se dá a partir da difusão dos seus elementos nos diversos espaços, inclusive aqueles que não fazem parte dos seus contextos. Da mesma forma, considera-se que essa dinâmica também se verifica na moda, através da partilha de seus conteúdos em locais fora dos seus eixos de produção.