Na perspectiva arendtiana, a política só pode existir a partir da liberdade. A autora defende a dignidade da política ao afirmar que a raison d'être da política é a liberdade e seu domínio de experiência é a ação. Na sua percepção, o exercício da liberdade requer um espaço comum politicamente organizado, enquanto a dimensão política resulta da ação do ser humano no aparecer para o outro, reafirmando sua singularidade e distanciando-se do caráter interno da liberdade, vivenciado a partir da Era Cristã. A pluralidade da vida humana não pode ser ignorada e a política deve considerar tal fato, pois o espaço público funda-se na diferença entre os cidadãos. Portanto, o conceito de pluralidade condiz com o exercício da liberdade e a vida em comum estimula a capacidade de avaliar e julgar como membro de uma comunidade.