A representação e a identificação do sujeito lírico nas letras de Raul Seixas problematizam a noção de identidade do sujeito ao mesmo tempo em que tencionam a percepção sobre os processos de identificação de sujeitos pós-modernos. Na transição para a pós-modernidade a própria busca de identidade é posta em xeque e desacreditada, pois o sujeito lírico expressa a necessidade de equacionar representação, identificação e agência em sua performance discursiva. Isso faz do eu lírico representado como metamorfose ambulante uma alegoria do sujeito sociológico em trânsito para o sujeito pós-moderno, tanto pela assunção das metamorfoses e múltiplas identificações que substituem o sentimento de identidade fixa/estável, como pela condição peculiar de ser a um só tempo diversas enunciações de um sujeito lírico problemático, que se constrói a partir da parodização de discursos, símbolos e valores humanos. Ou seja, o sujeito lírico que se autorrepresenta como ¿Metamorfose Ambulante¿ constrói uma identidade descentrada, híbrida e contraditória, através de representações em que o sentimento de perda do centro é compensado pela preservação do eu em seu último refúgio que é o da enunciação.
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