Neste ano que marca o segundo centenário da fundação da Freguesia de São Bento - data religiosa que convencionamos tratar por fundação da cidade de Araraquara/SP - surge a oportunidade de apresentar esta obra. O objetivo deste trabalho é demonstrar como a partir da lógica de um mito, o mito da serpente, podem-se pensar as relações de poder na cidade de Araraquara. Para tal análise toma-se como suporte o método estrutural, especificadamente, a fórmula canônica do mito. A hipótese, por sua vez, é bem simples: a de que um esquema simbólico precede e organiza a experiência do ser humano com os elementos do mundo material. Na cidade, herdam-se arquiteturas físicas e mentais. O mito da serpente é uma espécie de arquitetura do pensamento, um modo de pensar. Que narrando uma trágica situação do final do século XIX, continua presente na vida cotidiana dos araraquarenses. Os usos deste discurso mítico são vários e atravessam a história. Conversando silenciosamente com a memória da cidade pude escrever esta obra.