Este livro, entrelaça o repertório de marchinhas carnavalescas e os estudos de gênero, vislumbrando identificar visões sociais sobre as mulheres do Rio de Janeiro no decurso dos anos de 1930 e 1940. O trabalho entende o conceito de gênero como uma construção agenciada no mundo social e, assim, propõe lançar um olhar psicossocial sobre tal temática por meio da análise de discurso das letras de marchas de Carnaval. A propósito, esta obra concebe esse gênero musical como um lugar simbólico privilegiado para o entendimento de uma parcela de um pensamento social brasileiro referente ao estatuto de ser homem ou mulher na cidade do Rio de Janeiro das décadas de 1930 e 1940. Este livro tem como material de pesquisa as obras de Lamartine Babo, de Ari Barroso e de Braguinha e usa como principal referencial teórico a tese discursiva de Mikhail Bakhtin em sua proposta de interpretar concomitantemente o texto e o contexto.