Publicado em 1956, o conjunto das sete narrativas de "Corpo de Baile" ainda permanece uma fonte quase que inédita de estudo para o leitor de Guimarães Rosa. Irmão gêmeo de "Grande Sertão: Veredas", publicados no mesmo ano, o ciclo gozou de menor prestígio no meio crítico. O conjunto, contudo, é tão extenso e complexo quanto o romance: o menino míope, Miguilim, protagonista da primeira história, volta como o veterinário Miguel, na última trama. Entre uma ponta e outra, o esboço da trajetória cíclica e ascendente do sentimento amoroso em personagens distintas. Da omissão de Miguilim do bilhete do Tio à Mãe, ao pedido de casamento de Miguel à Maria da Glória, os heróis de "Corpo de Baile" vêem-se submetidos a uma decisão. Do impasse à escolha, da escolha à esperança, os protagonistas revertem cada qual seu erro: não no sentido do acerto, mas a outra compreensão da vida.