A análise dos principais meios de transporte adotados pelo país e a passagem por seus diferentes ciclos demonstra que a ferrovia fora importante ao desenvolvimento da economia cafeeira e ao surto industrial. Já as rodovias foram marcadas pela integração nacional e o desejo de modernização das bases econômicas do país, reflexos do intenso processo de industrialização. Neste contexto, a expressão Patrimônio da Mobilidade decorre do fato de que o crescimento da economia brasileira não foi acompanhado do processo de modernização de suas antigas bases de transporte, reflexo da busca crescente por velocidade nos modais de comunicação ocorridos em um período em que o Estado intervinha fortemente na economia, prejudicando a continuidade do modal ferroviário de transportes, incentivando sua deterioração em meio à consolidada paisagem urbana. Sendo a ferrovia precursora de uma "indústria moderna", gera como consequência uma série de transformações em seu entorno, a partir de uma análise multidisciplinar a pesquisa possibilita a leitura histórico-geográfica estruturada em torno da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil e suas cidades de influência, revelando importantes vestígios patrimoniais.