O tema das experiências participativas na gestão urbana é tratado na presente obra com fundamento na análise das relações entre Estado e Sociedade, na trajetória das instituições democráticas e dos movimentos sociais, com enfoque no processo de urbanização e nas demandas sociais por ele geradas. Utilizando-se da perspectiva multidisciplinar da história, da ciência política e do direito, toma-se como referente empírico a experiência do Conselho Municipal do Plano Diretor Urbano de Vitória, capital do Espírito Santo. A presente obra analisa, outrossim, as relações de poder que são estabelecidas no interior dos espaços ditos participativos, utilizando-se do approach teórico presente nas obras de Michel Foucault e Jürgen Habermas e do paradigma indiciário de investigação de Carlo Ginzburg, a partir dos seguintes questionamentos: o que as chamadas ¿experiências inovadoras de gestãö escondem nas entrelinhas? Existe mesmo uma correlação entre participação e a eficiência na gestão da coisa pública? Seriam tais espaços focos de concretização da democracia substancial, ou nova roupagem para velhas continuidades?