A transferência e o tráfico de armas estão a ter um impacto devastador em África. A proliferação de armas ligeiras e de pequeno calibre (ALPC) é, sem dúvida, um fenómeno global cujos efeitos adversos são mais visíveis em África. Estas armas tornam os conflitos mais mortíferos e o crime mais fácil, alimentando culturas de retaliação e espirais descendentes de violência em todo o mundo. Esta situação tem prejudicado o desenvolvimento das nações. A disseminação generalizada do abuso de armas priva os países em desenvolvimento das competências e talentos das vítimas das armas ligeiras. As armas são também habitualmente utilizadas na criminalidade doméstica e transnacional. Numa cultura de violência e de posse de armas, estas armas tornam-se símbolos de poder e de orgulho, ou mesmo objectos de afeição. A posse de armas como as espingardas AK-47 conferia um estatuto político, social e económico. No norte do Quénia, uma grande parte da população masculina possui armas ilegais, segundo um relatório do Centro de Investigação e Informação sobre Segurança (Security Research and Information Centre-SRIC), com sede em Nairobi, que calcula que o número de armas de pequeno calibre é de cerca de 127 519. Foi a prevalência da insegurança nesta região que contribuiu para a cultura das armas.
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