"O meu nome é C. A. Tenho 15 anos de idade. Tenho duas irmãs. Eu não vou à escola. Os nossos pais ficaram na aldeia. Vivemos na cidade com uma tia que não nos dá comida com muita frequência. Tenho de dormir com homens para pagar a comida para mim e para as minhas irmãs. Este relato mostra que a falta de estabilidade no ambiente familiar, o analfabetismo e os pobres recursos das famílias a que pertencem as raparigas menores de idade que são cuidadas pela ONG Communauté Abel, influenciam o seu comportamento sexual. Estas raparigas praticam sexo de risco e recebem uma compensação em dinheiro, espécie ou serviços. A prática do sexo de sobrevivência por estas raparigas menores parece ser uma estratégia de vida cujo objectivo principal é contrariar os efeitos da privação experimentada no ambiente familiar. Neste livro, que é uma síntese de um inquérito sociológico baseado numa amostra de 200 raparigas menores de idade que praticam sexo de sobrevivência, o autor destaca a vulnerabilidade múltipla destas raparigas que são frequentemente vítimas de violência.