Todo aquele que se dedica a investigar a estrutura filosófica dos Ensaios de Montaigne já tem contra si de saída, não apenas grande parte da crítica, mas ainda aparentemente a própria letra do texto. Pois se àquela tem agradado sobremaneira as explicações estritamente sociológicas ou literárias que pretendem resolver as diversas dificuldades de interpretação propondo chaves hermenêuticas exclusivamente externas ou internas, a própria lógica de funcionamento inerente ao texto ensaístico resiste por si às explicações que não levem em conta a forma como sua disposição filosófica singular está ligada à criação de um método ou estilo próprio, o ensaio. Creio que a coragem do autor em interpelar simples e diretamente o ensaísta a respeito da questão filosófica fundamental do ser, interrogando-o sobre "uma possível ontologia implícita" em sua obra, servirá de orientação para muitos pesquisadores no futuro. Pois por seus resultados, aqui expostos, poderão perceber como a ontologia ou o ceticismo ensaísticos são de tal forma especiais que podem, não apenas conviver, mas se combinar, colaborando na construção de uma perspectiva única na história da filosofia. Celso Martins Azar (UFF)
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