Surgido na década de 1980, no contexto social e tecnológico norte-americano, o cyberpunk é um gênero da ficção científica que representa um futuro próximo distópico, onde corporações multinacionais governam um mundo povoado por cyborgs, tecno-marginais e drogados. Sendo assim, considerando que o gênero cyberpunk representa a realidade norte-americana, a recepção do gênero cyberpunk na literatura brasileira apresenta-se como problema pertinente para uma análise aprofundada, principalmente no que tange às distinções entre a produção norte-americana e a brasileira. Entre as obras representantes do gênero cyberpunk na literatura brasileira, a escolha de Santa Clara Poltergeist (1991) como estudo de caso deve-se à recepção ao mesmo tempo parafrásica e paródica realizada pelo escritor e músico performático Fausto Fawcett. A atualidade do tema também se verifica nas discussões sobre o pós-modernismo, onde alguns autores apresentam o cyberpunk como um gênero tipicamente pós-moderno e outros como a suprema expressão literária do capitalismo tardio.