Em MUENDE de Rodrigues Junior temos em vista compreender a representação do negro na literatura colonial. Ora, a representação da imagem do outro na literatura colonial feita pelos europeus iniciou-se com os movimentos expansionistas na necessidade de exaltar os seus feitos. Com isto, surge uma literatura que procura enaltecer os seus valores em detrimento da terra e sua gente, africanos, à luz do etnocentrismo europeu. Advém dai as personagens de origem europeia em muitos romances deste período, não só estão em larga maioria em relação as personagens negras ou mestiças como também são objecto de melhor tratamento. Nas obras que revelam uma atenção especial por parte do narrador podem, em alguns casos, obter estatuto de personagens modeladas.