Os efeitos da revolução sobre a instituição da escravatura fizeram-se sentir em todo o continente americano. O fim do domínio francês e a abolição da escravatura na antiga colónia foi seguido por uma defesa bem sucedida das liberdades conquistadas pelos antigos escravos e, com a colaboração de pessoas de cor já livres, da sua independência em relação aos europeus brancos. A revolução representou a maior revolta de escravos desde a revolta fracassada de Spartacus contra a República Romana, quase 1.900 anos antes, e desafiou as crenças europeias de longa data sobre a alegada inferioridade negra e sobre a capacidade dos escravos de alcançar e manter a sua própria liberdade. A capacidade de organização e tenacidade dos rebeldes sob pressão inspirou histórias que chocaram e assustaram os proprietários de escravos no hemisfério. No início da Revolução Francesa em 1789, a colónia de São Domingue, hoje Haiti, fornecia dois terços do comércio ultramarino francês, empregava mil navios e quinze mil marinheiros franceses. A colónia tornou-se a mais rica da França, a inveja de todas as outras nações europeias.