Diferentes sujeitos disputam formas específicas de uso da terra e de gestão/controle do território e, com isso, produzem o espaço a partir do seu projeto de sociedade. Essas diferenças e disputas territoriais são importantes para compreender os diferentes modelos de desenvolvimento do campo promovidos pela agricultura camponesa e aquele promovido pelo agronegócio, no caso deste livro, especificamente o agronegócio canavieiro. Partindo desta premissa e, tomando como referencial o conceito de soberania alimentar como o direito dos povos de produzir de acordo com suas práticas e hábitos culturais, alimentos para o abastecimento dos locais próximos, neste livro avaliamos a hipótese de que a territorialização da cana-de-açúcar provoca a precarização das condições de produção de gêneros alimentícios da agricultura camponesa destinados ao abastecimento local e regional, aprofundando a dependência em relação ao movimento dos alimentos no espaço e diminuindo as possibilidades de estabelecimento da soberania alimentar. Este livro é produto da dissertação de mestrado do autor, desenvolvida a partir do caso do município de Tupi Paulista/SP, Brasil, considerando o período de 2003 a 2013.