A história fala-nos da visão original do Ocidente sobre África. Um estudo dos períodos-chave da sua relação, nomeadamente o comércio de escravos, a colonização e mesmo o Covid-19, levanta questões sobre a sinceridade das políticas de desenvolvimento ocidentais em relação a África. De facto, após a colonização, que deu acesso sem protocolo aos recursos naturais africanos, a cooperação pós-colonial com África faz agora parte da continuidade de uma exploração do continente que pretende estar em conformidade com o direito internacional pós Segunda Guerra Mundial. A África, que não se integra desde o nascimento da OUA em 1963, é hoje incapaz de se integrar, de combater a miséria, a pobreza e o subdesenvolvimento, de enfrentar o extremismo violento, de estudar sozinha os fenómenos globais, de defender a sua identidade e de expressar o seu ponto de vista de uma forma original na cena internacional. Ela até assume orgulhosamente o seu papel de trampolim para os poderes estabelecidos. O episódio Covid-19 teria sido, portanto, muito revelador para os africanos.