A obra revela particularidades do cenário amazônico, especialmente narrativas e experiências no Lago Sapucuá, localizado no município de Oriximiná, interior do Pará. Evidenciam-se, assim, os modos de vivência e os contornos sócio jurídicos dessas comunidades ribeirinhas que fomentaram o Projeto Estadual Agroextrativista Sapucuá-Trombetas, possibilitando um nicho fecundo de investigação sob a hipótese de se tratar de um modo de vida alternativo aos padrões dominantes de propriedade, assentado em modelo de regularização fundiária nos moldes coletivos. Neste cenário, parece possível entrever a possibilidade de um discurso sobre essa realidade e, por conseguinte, problematizar a relação entre indivíduo e comunidade, alicerçando-se nos atributos de solidariedade social, fundamental à temática da confiança no direito. A estrutura do texto está disposta a partir dos seguintes eixos principais: a questão da territorialidade na Amazônia e as particularidades espaciais, a formação do projeto agroextrativista em estudo e a sociologia dos meios de vida praticados pelos comunitários.