O potencial criativo e de simbolização de crianças de duas favelas do Rio de Janeiro, Complexo do Turano e Chapéu Mangueira, foi o ponto de partida para a construção deste livro. Foram utilizados casos e experiências vividas na ONG Casa da Árvore para desenvolver este estudo e retratar a realidade revelada nas falas e brincadeiras das crianças. O objetivo deste trabalho é investigar as estratégias de subjetivação apresentadas em um contexto sócio-cultural, muitas vezes hostil e violento. Trabalha-se com a hipótese de que neste ambiente traumático a comunidade e os laços afetivos existentes amenizam o potencial desestruturante. Com a sua hospitalidade e empatia, a comunidade forneceria o acolhimento necessário para propiciar um desenvolvimento saudável. No entanto, acredita-se também que o excesso de desamparo do ambiente pode acarretar um amadurecimento precoce da criança como uma tentativa de cura, de sabiamente cuidar de si.
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