Este livro traz uma análise arquitetônica do romance Luna Clara e Apolo Onze, de Adriana Falcão, visando compreender a sua especificidade dialógica, temática essa investigada à luz das concepções estética e polifônica de Bakhtin. O foco da pesquisa recai justamente sobre a multiplicidade de vozes em interação no objeto estético, forma arquitetônica que anuncia um modelo de narrativa inovador, capaz de tornar mais próximos autor-leitor-personagem pelo grau de dialogicidade instaurado via projeto enunciativo, fator que concede à trama uma singularidade inquestionável no cenário literário atual. Dessa forma, por intermédio de reflexões linguístico-literárias, dos princípios da análise dialógica do discurso e de um exame preliminar do corpus, desenvolve-se uma forma específica de descrever a arquitetônica da obra. Consequentemente, a pesquisa reflete acerca de como, no âmbito da concepção dialógica, se pode construir um objeto de estudo, e uma maneira de estudá-lo, mediante conceitos compatíveis com esse objeto, em vez de aplicar categorias prontas.