Este estudo visa analisar o impacto dos créditos concedidos pelas instituições de microfinanças sobre as condições sociais dos beneficiários. Utiliza dados do inquérito realizado pelo Instituto de Investigação Empírica em Economia Política, organizado em 2009 no departamento de planalto. Após a determinação do perfil dos beneficiários de crédito, uma análise mostrou que a selecção dos pobres falhou. Foram utilizados dois métodos para medir o impacto do crédito: a pontuação de propensão e o método de correspondência. A ideia do primeiro método é construir um grupo de comparação que capte a situação das famílias beneficiárias antes da atribuição de créditos, com base em características observáveis. O segundo método capta o efeito do microcrédito nos beneficiários. Os resultados obtidos sugerem que o impacto dos créditos concedidos é largamente inferior ao esperado. Globalmente, o acesso ao microcrédito não contribui para o aumento do rendimento e o seu impacto na melhoria do nível de vida permanece incerto. Por outro lado, os microcréditos permitem aos beneficiários (100%) desenvolver actividades geradoras de rendimento, mesmo que a maioria se situe no sector informal e nas despesas com alimentação.