Pretendeu-se com este trabalho explicar o papel do capital social na apropriação de estruturas de oportunidades, ofertadas pelo poder público municipal às famílias pobres, portadoras de grandes vulnerabilidades sociais e moradoras em territórios de pobreza crítica. Foram selecionadas duas localidades do município de Belo Horizonte que são contempladas com a oferta de bens e serviços, pelo Programa BH Cidadania de inclusão social. O estudo mostrou que o tipo de capital social predominante nessas áreas é o de união, materializado em redes de capital social homofílicas que são de curto alcance e apresentam redundância de informações. Tal tipo de capital social se vincula à administração das urgências da vida de pobreza, não permitindo a sua superação. São as imensas desvantagens e vulnerabilidades sociais acumuladas pelos pobres, as determinantes dos grandes obstáculos á apropriação de oportunidades necessárias para a superação da pobreza. Cabe ao governo e ao setor privado, se se quiser superá-la, além da oferta de oportunidades consistentes e robustas, criarem as condições para que outras formas de capital (humano, cultural e econômico) possam aportar nas regiões de pobreza.