A queda de Laurent Gbagbo, na sequência da crise pós-eleitoral, alertaria os poderes públicos da Costa do Marfim para as consequências contraditórias dos efeitos do aquecimento global na agricultura em geral. A cessação imediata da precipitação anual levou as populações rurais que dependem da agricultura a procurar as causas e os responsáveis. Utilizando a teoria da atribuição de responsabilidades e culpas, pode argumentar-se que, na aldeia local de Gouétimba, no oeste montanhoso da Costa do Marfim, a minoria cristã é responsável pela falta de chuvas. A maioria dos acusadores, animistas e muçulmanos, afirma que a falta de chuva se deve à profanação de lugares sagrados pelos cristãos católicos, que até agora não dispõem de um lugar fixo para prestar culto ao Senhor. A universalidade do fator religioso deveria evitar potenciais conflitos.