Desde meados do século XV, os portugueses abriram velas aos mares e acessaram as regiões mais longínquas do mundo. Para navegarem, empregaram as ciências disponíveis em sua época. Este livro tematiza como essas ciências foram apropriadas para as navegações dos portugueses. Ele se centra em Abraham Zacuto (1452-1515), um rabino astrólogo hebreu-espanhol, que, de acordo com alguns historiadores, teria sido o precursor de uma ciência náutica dos portugueses. Também se centra em sua principal obra, o Almanach Perpetuum. Originariamente, essa obra foi escrita em hebraico e se situava entre os estudos da astrologia que ofereciam subsídios para interpretações e juízos astrológicos, bem como para prognósticos e profecias, em um contexto histórico no qual uma crença nas influências celestes governava de assuntos políticos, como guerras, até as práticas mais cotidianas. Doravante ela foi traduzida e impressa no reino de Portugal. Estudos contidos nela foram incorporados aos métodos de localização dos portugueses nas regiões do mundo sob seu senhorio. Este livro oferecerá ricos subsídios para uma compreensão do papel das ciências na construção do império marítimo dos portugueses.