O estudo centra-se num fenómeno social generalizado - iniciativas espontâneas e altruístas de assistência e apoio às pessoas que vivem com VIH/SIDA - realizado por mulheres moçambicanas, mas que é largamente desconhecido, se não completamente escondido, no espaço de informação pública sobre a luta contra a epidemia. Estas iniciativas compensam, embora muito modestamente, as deficiências do sistema nacional de combate à doença, e assumem um significado particular num contexto de recurso ao tratamento anti-retroviral (ART), que melhora as condições de vida das pessoas que vivem com VIH (PVH), tanto em termos de qualidade como de longevidade. Muitos pacientes em TARV ou não aderem bem ao tratamento, que é cansativo para o corpo, especialmente se estiverem subnutridos, ou desistem dos cuidados, por várias razões. Nestas circunstâncias, é crucial assegurar a continuidade do tratamento, que é inseparável da sua eficácia, e esta é uma das tarefas desempenhadas pelos cuidadores, apesar dos desafios e dificuldades que enfrentam no dia-a-dia.