Kafka é um autor que a cada dia se comunica mais conosco, seres humanos do século XXI. Questões atuais, como xenofobia, fundamentalismo, consumismo, superficialidade, exclusão social e desumanização, fazem parte do seu universo ficcional, envolvo pelos bastidores da Primeira Guerra Mundial. Num ambiente de medo, humilhação, perseguição e claustrofobia, suas personagens principais de "A Metamorfose", "A Cantora Josefina" e "Construção" - respectivamente um inseto, um rato e um texugo -, tentam sobreviver, demonstrando que a liberdade é possível graças à capacidade do homem de pensar. Uma leitura atenta dos "Diários" de Kafka, bem como de suas narrativas animalistas, permitem que levantemos a hipótese de que ele conheceu o pensamento político e a filosofia nazifascista de Hitler. Afinal, em 1923, quando o autor tcheco residiu em Berlim, talvez tenha ouvido os discursos do futuro ditador ou assistido aos desfiles do partido nazista. Ou, quem sabe, conheceu-o pessoalmente? Em sua obra, que merece novos e contínuos estudos e análises, talvez encontremos a resposta.