O presente trabalho tem como objetivo estabelecer na relação entre cinema e história qual é a perspectiva de narrativa histórica que o cinema apresenta, a partir da análise do filme Narradores de Javé (2003), de Eliane Caffé. O filme é uma metalinguagem para a discussão em torno das narrativas históricas, entre a oralidade, a escrita e o audiovisual. A partir da identificação do narrador cinematográfico é que podemos inferir quais as formas de narrativas históricas que se tornam mais relevantes para aquilo que o filme apresenta, sugerindo uma concatenação de formas narrativas que não se tornam completamente opostas, mas que também se inter-relacionam, na construção do produto audiovisual. O que não deixa de gerar contradições para os sentidos que ela se propõe. O cinema aqui pode trabalhar como um meio que possibilita a emergência de vozes marginalizadas da sociedade, tendo como positividade a abrangência que uma obra cinematográfica pode ter no interior de uma determinada sociedade.