Os abcessos cerebrais atípicos, como os abcessos cerebrais tuberculosos, de toxoplasmose, de Nocardia, de Actinomyces e fúngicos, ocorrem sobretudo em doentes imunocomprometidos, especialmente em várias regiões endémicas do mundo. As características clínicas destes abcessos cerebrais são, na sua maioria, insidiosas e não específicas. A natureza atípica e inespecífica dos aspectos imagiológicos destes abcessos cerebrais, incluindo a tomografia computorizada cerebral e a ressonância magnética, bem como outras dificuldades de diagnóstico, podem causar atrasos no diagnóstico, mas com a aplicação de modalidades como a imagem ponderada por difusão (DWI) e a espetroscopia por ressonância magnética, os abcessos cerebrais atípicos podem ser prontamente diferenciados dos abcessos cerebrais bacterianos piogénicos, dos granulomas, dos tumores cerebrais e entre si. A identificação microbiológica também progrediu com os avanços da microbiologia molecular, da medicina nuclear e da imunologia, tornando possível e mais rápida a diferenciação dos vários organismos causadores. Os maus resultados gerais existentes podem ser melhorados se o clínico identificar factores de risco positivos e aspectos radiológicos sugestivos e instituir precocemente uma terapia adequada.