De modo muito difuso, e ao redor da devoção católica, escravos estabeleciam no Brasil instituições que lhes eram próprias. Esses estabelecimentos eram extremamente eficazes na direção de produzir visibilidade. Mas o contexto hierárquico da sociedade colonial e do período imediatamente posterior à Independência brasileira organizava a atividade escrava e o formato das instituições em cuja criação eles se envolviam. Sua movimentação em busca de visibilidade, de modestos níveis de prestígio social, de integração e de negociação das condições do cativeiro era intensamente condicionada pela segmentação, pelo caráter relacional das formas de identificação, inclusive étnica, e por alianças fluidas que faziam da mobilidade uma garantia de inclusão subordinada.