O exílio desempenha um papel fundamental nas literaturas e nas vidas de muitos escritores latino-americanos do século XX. Nesse sentido, a proposta deste trabalho é o estudo do exílio e seus desdobramentos, principalmente através da imagem originaria do baldio, em textos e filmes do escritor e roteirista paraguaio Augusto Roa Bastos. Tem como foco central um livro sobre roteiro, cuja edição acompanha um de seus roteiros, intitulado "Mis reflexiones sobre el guión y el guión cinematográfico de Hijo de hombre" (1993) e os filmes "Alias Gardelito" (1961) e "Sabaleros" (1959). Existe em Roa Bastos uma poética do exílio. O exílio é o despojamento, o abandono de categorias como povo, nação e identidade. O sujeito se lança para um mais além do já consagrado ou já sabido. O exílio é a abertura a partir da qual se estruturará uma noção de literatura, cinema e comunidade.