Este trabalho é resultado de um processo de autoetnografia, realizado a partir da experiência de construção de uma auto-narrativa fotográfica como forma ensaística, oferecendo um convite à reflexão sobre a construção da minha memória afetiva como indivíduo na sociedade e sua representação nos álbuns de família. A pesquisa questiona como os álbuns podem representar os valores de ritos estabelecidos na cultura ocidental e de que maneira a fotografia ocupa um lugar privilegiado na história das sociedades. Também investigo de que maneira a minha subjetividade e a minha herança antropológica e sociocultural definem a formação das imagens em minha mente e a construção da minha memória. E esta não é uma questão só minha, mas como o trabalho de todo artista que está dentro de sua obra. Utilizo-me da minha experiência como artista para pensar uma questão que me ultrapassa. Não é uma questão do outro apenas, mas uma questão que me ultrapassa em direção ao outro. Assim, proponho um percurso metodológico autoetnográfico visual em que a realidade estudada é o universo do pesquisador. Esta obra é fundamentada em três bases correlacionadas: a imagem, a memória e a autoetnografia.
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