Nas últimas décadas, observamos que o debate sobre a qualidade do ensino público intensificou-se e incorporou como um de seus aspectos centrais os resultados obtidos por alunos em avaliações externas, especialmente no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). A centralidade obtida por essas avaliações ensejou discussões, notadamente na literatura da avaliação educacional, sobre a pertinência de sua aplicação e possíveis influências sobre o currículo e sobre o trabalho docente. A complexidade do cotidiano escolar e o protagonismo que certas concepções de avaliação educacional teriam sobre as formas de agir dos professores, nos obrigam a resistir ao discurso que considera a escola um ambiente estático, que recebe passivamente influências externas, ainda que sob a forma de orientações oficiais, ignorando a diversidade de concepções que coabitam esse espaço e que detêm um protagonismo sobre as práticas ali desenvolvidas.