Sentir, tocar, vivenciar. O texto da Baianidade incorpora um profundo sentimento de afetividade e proximidade com o outro, que se opõe a textos e práticas de culturas muito mais pragmáticas, voltadas para a dinâmica da lógica capitalista, permeadas pelo distanciamento, individualismo e desconfiança, alimentadas justamente por todos os horrores que cercam a vida contemporânea. Desconfiança, individualismo e distanciamento não são elementos necessariamente distantes do ambiente cotidiano dos baianos, assim como o avanço da violência, da competição e do ritmo que se impõe em sociedades impregnadas de desigualdades sociais evidentes, racismo e tensões. Seja no campo artístico, literário, midiático, as metamorfoses são claras, mas qual é o lugar do discurso acadêmico nessa perspectiva? Há uma reiteração de tudo que foi dito? Há contestações? Existem reelaborações? Surgiram novas vozes? Mantiveram-se as antigas, remetendo aos mesmos padrões, referências de abordagem? É o que pretendemos investigar.