Em 1992, o governo do Burundi iniciou o processo de liberalização e privatização do sector do café, que se tornou efectivo em 2005. Contudo, a partir de 2002, os cafeicultores burundianos começaram a organizar-se em associações em todas as regiões de cultivo de café. Estas associações reagruparam-se progressivamente dentro das federações, incluindo a Federação BONAKURE na província de Kayanza, criada em 2003, mas foi em 2005 que a supervisão técnica do sector do café foi confiada ao sector privado. O objectivo geral deste estudo era analisar os factores ligados à não adopção de inovações técnicas na cultura do café na província de Kayanza. A população da província de Kayanza sempre foi constituída por produtores de café progressivos e não progressivos, apesar do método de policiamento utilizado pelo governo desde a introdução do café no sistema cultural do Burundi em 1920. O baixo rendimento da venda do seu café, a pequena dimensão das suas parcelas e o constante empobrecimento do solo não lhe permitem adoptar todas as inovações técnicas na cultura do café, tal como proposto pela federação BONAKURE.