Natureza é uma ideia complexa forjada na tradição ocidental de oposição entre espírito e matéria; a natureza, contudo, comporta não apenas significados biofísicos, mas também dimensões míticas e evocativas. Baseada nessa perspectiva, o presente livro analisa as transformações ambientais que ocorreram ao longo da colonização das Minas Gerais no século XVIII quando o ouro atraiu para o interior da América portuguesa milhares de pessoas, não apenas da colônia e da metrópole, mas também de outras partes do globo, especialmente da África ocidental. Estudando aspectos simbólicos, econômicos e ecológicos do processo de ocupação dos sertões, tentamos compreender as novas lógicas de relação entre sociedade e natureza, analisando as radicais mudanças dos sertões mineiros ao longo de um século em que poucas espécies exóticas de plantas, animais substituíram uma vasta diversidade de espécies nativas.
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