Este livro analisa a implantação das Subprefeituras na cidade de São Paulo no governo de Marta Suplicy (2001-2004) para descentralizar a gestão para os territórios. Busca-se compreender como esse processo adotou sua configuração política e administrativa considerando a forma como o Executivo transformou esse processo no principal recurso político para construir sua coalizão de apoio junto aos vereadores. Politicamente, essa escolha gerou um afastamento do governo liderado pelo Partido dos Trabalhadores da tese que vinculava descentralização com poder local e democracia participativa nos territórios. Administrativamente, a descentralização tomou um curso errático, pois as Secretarias Municipais tornaram-se temerosas de perder poder para as Subprefeituras, o que constrangeu a forma, o ritmo e o escopo da descentralização. Ao invés de ser um processo uniforme e geral, a implantação das Subprefeituras foi irregular ao depender da dinâmica das políticas setoriais nas regiões. Para tratar desses temas, o livro analisa esse projeto de governo e seleciona dois casos (Freguesia do Ó e Capela do Socorro) para discutir como tais impasses e escolhas políticas expressaram-se nos territórios.
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