O brasileiro consome, em média, 83 litros de café ao ano, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Cada vez que leva uma xícara à boca, no entanto, o consumidor dificilmente se lembra de que na base da cadeia cafeeira existe um batalhão formado por milhões de trabalhadores rurais, que cumprem tarefas frequentemente fatigantes e, não raro, causadoras de doenças ocupacionais.O trabalho nas lavouras cafeeiras é caracterizado pela reunião de atividades variáveis, em geral, árduas, executadas em posturas inconvenientes, com grandes forças musculares, além do ambiente desfavorável, podendo apresentar um conjunto de riscos ocupacionais. Ao contrário da maioria dos apreciadores da bebida, o fisioterapeuta e educador físico Marco Antônio Gomes Barbosa sempre esteve atento às atividades desempenhadas por esses agricultores. Tanto é assim que ele investigou as características da carga física de trabalho na lavoura café, sob a perspectiva da ergonomia, em sua tese de doutorado, defendida na Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) da Unicamp, com a orientação do professor Roberto Funes Abrahão e coorientação do professor Mauro José Andrade Tereso.