A frase atribuída ao filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900) de que aquele que "Escreve com sangue e aprenderás que sangue é espírito" sintetiza o "espírito" que permeia as estranhas do discurso deste livro, que clama muitas vezes no silêncio de um sistema prisional com inúmeras vicissitudes do cotidiano do agente penitenciário, visto sob os olhares sub-repticiamente pela sociedade extra-muros, ora como um garantidor de direitos, ora como um violador de direitos fundamentais. E um dos elementos para entender quão ambíguo pode ser a relação entre a educação e o processo de encarceramento é compreender como os profissionais que atuam neste setor sentem, cheiram, percebem, negam, ficam chocados, se ressentem, choram, sentem dor, etc. como "trabalhadores" dentro de um sistema prisional marcado pela violência que espreita a janela à cada plantão que o profissional assume.