Portugal não é considerado de grande risco de ocorrência de calamidades, mas quando acontecem podem atingir grandes proporções, como os incêndios florestais em Pedrógão Grande pelo que se procurou compreender as experiências vivenciadas pelos enfermeiros que tiveram intervenção nos dois primeiros dias da referida catástrofe. Trata-se de um estudo descritivo, transversal com atributos fenomenológicos. Utilizou-se a entrevista semiestrutura a dez enfermeiros selecionados pela técnica bola de neve. Da análise emergiram nove áreas temáticas: significado da experiência; sentimentos vivenciados pelos enfermeiros; estratégias de gestão da situação; fatores facilitadores e dificultadores que influenciaram a intervenção; necessidades sentidas; implicações na vida dos enfermeiros pós-catástrofe; sugestões de melhoria. Os resultados sugerem necessidade de implementar programas regulares de formação em catástrofe, dos profissionais de emergência médica e dos Cuidados Saúde Primários. Também a falta de apoio psicológico pós-catástrofe aponta para a necessidade de planos nacionais e regionais adequados às novas realidades, de modo a melhorar a organização/coordenação dos meios e da intervenção.