O debate sobre autoria e indústria no cinema hollywoodiano teve início nas páginas da crítica francesa e alcançou seu auge quando o Cahiers du Cinéma, fundado em 1951, criou o conceito de política de autores, a partir das ideias de François Truffaut e colegas. Esta é uma história tão conhecida e tão repisada por quem se situou de um lado e outro das barricadas que retomá-la seria algo inteiramente desprovido de sentido. Nesta história, mesmo quem se engajou na defesa intransigente da autoria cinematográfica terminou por reconhecer os excessos contidos nesta defesa, e quem criticou tal política terminou por reconhecer os acertos de seus criadores. Neste livro, Ricardo Luiz de Souza estuda a reação entre indústria cinematográfica e autoria existente em Hollywood a partir da análise de filmes de cinco cineastas clássicos: Vincente Minnelli, William Wyller, Ricgard Quine, Michael Curtiz, Anthony Mann. Trata-se de demonstrar como autores que normalmente não foram reconhecidos como autores, como Curtiz, também o foram, e trata-se, também, de discutir o próprio conceito de autoria cinematográfica, a partir da análise de algumas dezenas de filmes mais ou menos conhecidos.