O cinema está, portanto, na esteira de uma longa tradição humana de imaginar e de contar histórias. Segundo alguns estudiosos, o que caracteriza a espécie humana, à diferença de outros animais e de outros hominídeos, é, justamente, a capacidade de imaginar, para além da realidade imediata e presente. Para o ser humano, em qualquer época e circunstância, o hic et nunc, o aqui e agora, não é senão uma noção relacional entre o passado e o futuro, entre um lugar e outro. Em certo sentido, então, a humanidade está nesse viver um eterno movimento de abstração, é sentir o presente não como algo em si, mas uma passagem entre imaginários. O cinema é, pois, a quintessência do humano. Raquel dos Santos Funari.